Todos foram indiciados por tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. Promotor diz que deve oferecer denúncia à Justiça nos próximos dias.
O Ministério Público do Rio de Janeiro recebeu na noite desta
terça-feira (1º) o inqúerito da Divisão de Homicídios, que indicia 10
policiais militares da UPP Rocinha, incluindo o major Edson Santos, pelo
desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. Santos era o
comandante da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade, quando
ocorreu o sumiço em 14 de julho. A informação foi dada com exclusividade
pelo Jornal Nacional. Todos foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
O promotor Homero Freitas, que está a frente do caso, informou que deve oferecer a denúncia à Justiça nos próximos dias.
Os policiais negam envolvimento no sumiço e dizem que liberaram
Amarildo, no dia14 de julho, depois de constatar que não havia qualquer
mandado de prisão contra ele.
Entenda o caso
Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.
Na sexta-feira (27), uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e a ossada será novamente analisada no Rio de Janeiro. O resultado deve sair entre 10 e 15 dias.
Amarildo sumiu após ser levado à sede da UPP da Rocinha, onde passou por uma averiguação. Após esse processo, segundo a versão dos PMs que estavam com Amarildo no dia 14 de julho, eles ainda passaram por vários pontos da cidade do Rio antes de voltarem à sede da Unidade de Polícia Pacificadora, onde as câmeras de segurança mostram as últimas imagens de Amarildo, que, segundo os policiais, teria deixado o local sozinho.
Na sexta-feira (27), uma ossada achada em Resende, no Sul Fluminense, passou por uma necrópsia, motivada pelas suspeitas de que poderia ser de Amarildo. O relatório, porém, foi considerado inconclusivo, e a ossada será novamente analisada no Rio de Janeiro. O resultado deve sair entre 10 e 15 dias.
Testemunhas deixam o Rio
Duas testemunhas-chave do caso do desaparecimento do ajudante de pedreiro deixaram o Rio de Janeiro
na noite do dia 20. A mãe e o filho adolescente que contaram em
depoimento à Divisão de Homicídios que foram coagidos por policiais para
dar falsas declarações sobre o caso pediram ingresso no Programa de
Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte, da Secretaria
Nacional de Direitos Humanos. O programa confirmou o pedido feito pelas
testemunhas.
Os dois deixaram o Rio de avião, acompanhados por agentes da Polícia
Federal. De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, devido à
complexidade do caso, ficou acertado que seria mais adequado tirar as
testemunhas da cidade.
O ingresso no programa ainda vai ser avaliado por técnicos da
secretaria. Eles vão fazer a análise dos riscos que as testemunhas estão
correndo e decidir se eles têm direito ou não à acolhida. O resultado
dessas análises deve ficar pronto num prazo de uma semana a dez dias.
A Divisão de Homicídios, que investiga o caso, prefere não se
pronunciar sobre a saída do Rio das testemunhas-chave do caso, e se
concentrar nas investigações.
Reconstituição
O delegado Rivaldo Barbosa, acompanhado por peritos, fez a reconstituição do caso em duas etapas.
A primeira etapa, no início de setembro, reproduziu as ações desde a
primeira abordagem dos policiais da UPP ao ajudante de pedreiro. A
reconstituição durou mais de 16 horas, entre a noite de domingo (1º) e a
manhã de segunda-feira (2), e foi considerada uma das maiores
reconstituições já feitas pela Polícia Civil, segundo informou a
assessoria da corporação.
A segunda, no dia 8 de setembro, refez o trajeto do carro da PM que
levou Amarildo, com base no GPS do veículo. O aparelho mostrou que
depois de deixar a Rocinha, o carro fez um percurso de quase 2h30 pela
cidade. No caminho, o veículo parou três vezes antes de voltar à
comunidade.