Com longa trajetória no Carnaval, sambista tinha 84 anos e foi vítima de uma parada cardíaca
Luto no Carnaval. Morreu, na noite desta
segunda-feira, Alcyone Barreto, baluarte da Estação Primeira de
Mangueira. Figura destacada no mundo do samba e na verde e rosa, Alcyone
tinha 84 anos e sofreu uma parada cardíaca em sua casa, em Ipanema, na
Zona Sul. O velório será realizado a partir das 10h desta terça, na
Capela 6 do Cemitério São João Batista, em Botafogo. O sepultamento está
marcado para às 15h.
Formado em Direito, Alcyone Vieira
Pinto Barreto chegou à Mangueira na década de 60 atuando como diretor
jurídico na gestão do ex-presidente Juvenal Lopes. Depois disso,
participou de diversas gestões sempre como advogado e consultor jurídico
da Estação Primeira.
Atuação na Liesa
Foi também presidente da Associação das Escolas de Samba do Rio de
Janeiro entre 1982 e 1984 e atuou diretamente nos bastidores da
construção do Sambódromo com Darcy Ribeiro. Entre 1999 e 2001,
desempenhou a função de advogado da Liesa.
Na Mangueira, foi benemérito, autor de diversos
enredos e representante da escola nas reuniões da Liesa.
No Paraíso do
Tuiuti, ocupou o posto de presidente da agremição. Atualmente, exercia o
cargo de sócio-diretor da AMI7, empresa de shows e eventos formada por
ex-dirigentes da Mangueira. No último mês de abril, participou
ativamente da campanha e eleição do presidente Chiquinho da Mangueira e
fez questão de votar, mesmo usando cadeira de rodas.
Para Elmo José dos Santos, presidente da verde e
rosa entre 1995 e 2001 e diretor de Carnaval da Liesa, Alcyone Barreto
deixa como legado o "belo exemplo de amor e dedicação ao samba e à
Mangueira". "Pegou todo mundo de surpresa essa notícia. Doutor Alcyone
era nosso paizão, uma pessoa que vivia e respirava a Mangueira.
Infelizmente não teve a oportunidade de ver a quadra reformada. Deixou
uma lição de amor à Mangueira e teve um papel importantíssimo na
construção do Sambódromo. Como mangueirense, vai reforçar o andar de
cima com Cartola, Carlos Cachaça e tantos outros. É uma figura ímpar",
exaltou.