Os candidatos que fazem neste domingo o XI Exame
Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na Faculdade Fumec,
região centro-sul de Belo Horizonte, têm uma torcida diferente para a
aprovação e obtenção do registro para exercer a profissão. O advogado
Thiago Vinícius Pinto Santos recebeu os estudantes distribuindo um
panfleto no qual informava ter sido aprovado no exame anterior e
desejava ainda boa sorte aos candidatos. Na hora da abordagem ele
ressaltava que não era um panfleto de propaganda e sim um desejo de “boa
sorte”.
Santos disse que distribuiu os panfletos para pagar a
promessa feita na hora em que fazia as provas do exame que foi aprovado:
“Eu coloquei no texto que fui aprovado, desejando ainda boa sorte para
todos e em seguida transcrevi a Oração de São Jorge, a mesma que fiz
quando fazia as provas do exame,” contou.
“Eu fiz a promessa porque, além do conhecimento, a
gente precisa ter fé, que é o mais importante para trazer clareza nesse
momento,” continuou. Segundo o advogado, a ideia da promessa surgiu no
momento em que “travou” nas questões de Direito Tributário: “Foram
justamente as questões que os enunciados estavam com problemas e a OAB
teve que aceitar sete peças. Esse enunciado me confundiu, comecei até
duvidar de mim. Resolvi então fazer as outras questões e na hora que
voltei a fazer as outras percebi que tudo se encaixava. Eu estava muito
bem preparado, estudei os últimos três meses em tempo integral, mas
quando vi o enunciado confuso, me desesperei. Então orei, fiz a Oração
de São Jorge e a promessa,” recordou.
O advogado disse ainda que, logo que saiu o resultado,
conseguiu passar numa seleção para um escritório de advocacia: “Fui até a
OAB, peguei o meu registro e comecei a trabalhar,” completou Santos,
que disse ainda ter voltado a fazer trabalhos voluntários para pagar a
segunda parte da promessa.
Candidatos contam também com a sorte
Se para o recém-formado advogado Thiago Vinícius Pinto Santos a fé e a
promessa ajudaram, alguns candidatos que fazem o exame neste domingo
contam mesmo é com a sorte, aliada ao conhecimento adquirido nos
estudos. O estudante do 10º período de Direito da UFMG, Lucas Eduardo
Simões, previu ter dificuldades nas questões de Direito do Trabalho, que
segundo ele “não foi ofertado corretamente na faculdade,” reclamou.
“Foi um curso superficial,” disse.
O xará dele, Lucas Duarte, está concluindo o curso de
Direito na PUC Minas. E também reclamou da qualidade do ensino da
disciplina na instituição: “Foi uma matéria que não tive professores
bons, isso pode prejudicar,” afirmou.
As amigas Emanuele Azeredo e Amanda Lopes, estudantes do
10º período do curso de Direito da Universidade Federal de Ouro Preto
(UFOP) não concordam com os futuros companheiros de profissão: “(A
aprovação) depende mais do desempenho do aluno que da faculdade, apesar
que acho que essa prova será mais difícil que a anterior, quando houve
um índice de aprovação alto,” ressaltou Amanda. “.Concordo. É a primeira
vez que faço o exame, mas acho que não terei dificuldades,” concluiu
Emanuele.
Retardatários
Cinco candidatas não
conseguiram fazer o exame em Belo Horizonte por terem chegado depois que
os portões da Fumec foram fechados às 13h. Irritados com o atraso,
nenhuma delas quis falar com a reportagem.
Fonte: Terra