Às vésperas de dar à luz o neto de Renan Calheiros, a veterinária Paula Meschesi foi nomeada para o Senado com salário de R$ 17 mil. Em 2011 e 2012, sua mãe e irmã também garantiram emprego na Casa Josie Jeronimo
O contracheque da veterinária Paula
Meschesi mostra que no mês de junho seus rendimentos brutos chegaram a
R$ 26,7 mil, somados o salário, a antecipação da gratificação natalina e
o auxílio pré-escolar. Especialista em ciências biológicas, ela
trabalha na secretaria de Educação à Distância do Senado como
coordenadora de dois cursos online intitulados “Fundamentos da Administração Pública” e “Excelência no Atendimento”, que ensina
alcançar a “eficácia no atendimento por telefone”.
O emprego de Paula é o
cargo dos sonhos para muitos concurseiros que lotam as aulas de
preparatórios para conseguir uma vaga no serviço público. Mas, ao
contrário desses aspirantes ao funcionalismo, a veterinária conseguiu o
salário base de R$ 17,1 mil sem passar por nenhum processo seletivo.
Paula Meschesi foi nomeada no dia 21 de julho de 2006 por um daqueles
famigerados atos secretos do ex-diretor do Senado, Agaciel Maia. Na
época, grávida e casada com Rodolfo Calheiros, filho do atual presidente
do Senado, Renan Calheiros, que naquele ano também presidia a Casa.
Tudo leva a crer que a nomeação da nora de Renan foi feita às pressas,
porque àquela altura a gravidez estava num estágio bastante avançado.
Uma semana depois de efetivada no cargo, a veterinária pediu uma licença
de 120 dias para dar à luz o neto de Renan, Renzo Calheiros.
Podem acusar Renan de tudo, menos de não ter sido generoso com a
família da mãe de seu neto. Em fevereiro de 2011, menos de cinco anos
depois de garantir emprego no Senado à sua nora, Renan nomeou a mãe
dela, a bela Mônica Meschesi, para dar expediente em seu gabinete. Na
ocasião, Renan não era mais presidente do Senado, e sim líder do PMDB na
Casa. No ano passado, de volta ao comando do Congresso, Renan fez mais.
Articulou um emprego para a tia do seu neto Renzo. Irmã de Paula,
Eduarda Meschesi entrou para o Senado pela porta da terceira-secretaria
da Casa. Em fevereiro desse ano, foi transferida para a
quarta-secretaria. A jovem funcionária tem regime especial de frequência
e não é obrigada a registrar presença nos pontos digitais espalhados
pelas dependências do Senado.
Fonte: ISTOÉ