A grande maioria dos concurseiros quer saber: como estudar de forma
eficiente tantos conteúdos diferentes e, muitas vezes, desconhecidos? A
partir de perguntas enviadas por internautas, selecionamos as principais
dificuldades e preparamos um passo a passo para você estudar para um
concurso público. As orientações abaixo levam em conta o estudo
antecipado das disciplicinas. Caso o candidato esteja estudando para um
edital já publicado, será necessário adequar as sugestões ao tempo
disponível até a prova.
1º PASSO: Como preparar um plano de estudo
Ter clareza de quais são os horários de estudo – e quais não são –
permite uma redução do nível de cobrança sofrido pelo candidato. Isso
pode ser feito a partir da elaboração de um quadro mensal com as
atividades obrigatórias que a pessoa tem a cada dia (trabalho, aulas e
outros afazeres). Importante anotar ali feriados e compromissos
eventuais já assumidos, para que fique evidente qual é o tempo
disponível para o estudo.A partir daí, considerando o tempo que será
dedicado ao estudo, o candidato poderá distribuir as disciplinas,
buscando colocar todas a cada semana ou, no máximo, a cada quinzena -
para que nenhuma fique muito tempo sem ser vista -, lembrando de deixar
intervalos a cada hora e meia ou duas horas de estudo. Mas o quadro de
estudo é um norteador, um ideal a se buscar. Não há motivo para desânimo
caso algo saia do controle – isso é natural, afinal, a vida é dinâmica.
De toda forma, o objetivo é sempre tentar cumprir da melhor forma
possível a meta estabelecida.
2º PASSO: Quando aumentar (ou reduzir) o tempo de estudo
Um dos benefícios do quadro de horários é o candidato saber que o tempo
de estudo tem hora de acabar, ou seja, é uma meta finita. Isso facilita
o comprometimento. Mas há situações em que o candidato está motivado e
percebe que teria condições de estudar por mais tempo do que o
estabelecido. Se isso acontecer regularmente, talvez seja o momento de
aumentar um pouco o período de estudo no quadro de horários (desde que
não comprometa horário de sono ou outros compromissos. O inverso também
pode acontecer: o candidato estabeleceu determinada duração para o
estudo, mas observa que não consegue render ao final do período. Se isso
acontecer regularmente, talvez seja melhor alterar o quadro de
horários, reduzindo o tempo de estudo até ter reais condições de
aumentá-lo novamente. Isso evitará a sensação de frustração por não
cumprir a meta, que pode ter resultados desastrosos no longo prazo.
3º PASSO: Como vencer preguiça, cansaço, inércia e começar a estudar
O desejo de conquistar uma vida melhor já deveria ser o suficiente, mas
sabemos que as coisas nem sempre funcionam assim. Além disso, muitas
vezes o concurseiro trabalha o dia todo e precisa reunir forças para
iniciar um segundo turno de atividade (estudar). Ter uma meta
estabelecida para o dia ajuda bastante - como um atleta que já sabe qual
será o treino do dia. Para isso, a planilha de treinos é essencial e,
no caso, dos concursos públicos, estamos falando do quadro de estudos
com horários e matérias, que comentamos no “1º Passo”. É mais simples
cumprir algo já definido do que decidir na hora, quando outros fatores
podem interferir desfavoravelmente. Assim, é preciso dar cada pequeno
passo, um de cada vez, e evitar as distrações do caminho: acordar na
hora combinada e fazer apenas o que for preciso para iniciar os estudos
(alimentação, banho, troca de roupa). Para quem ainda não criou o ritmo,
ligar computador ou TV antes do estudo é um risco enorme - o que o
candidato imaginava serem apenas alguns minutos de pesquisa ou
relaxamento tende a se prolongar indefinidamente e um período inteiro de
estudo poderá ser perdido. O mesmo acontece para quem estuda à noite,
após o trabalho. Mas a preparação para concurso é similar à preparação
de um atleta. O ritmo é construído com o tempo e com a continuidade.
Ainda assim, há períodos em que o candidato está mais comprometido e
outros em que fatores diversos interferem no cumprimento do plano. O
importante é seguir sempre, em maior ou menor ritmo.
4º PASSO: Como manter o interesse durante os estudos
Quase todo candidato tem aquelas matérias preferidas – as que ele mais
sabe - e as “odiadas” – aquelas que considera mais difíceis. O curioso é
que, mesmo sabendo que a prova cobrará todas elas, o candidato termina
estudando mais as que mais sabe e deixando para trás as outras. O plano
de estudo ajuda a corrigir essa tendência e até a invertê-la: o ideal é
dedicar mais tempo ao que menos se sabe. Outro fator é que o cérebro
obedece aos comandos recebidos, sem questionar. Então, é mais produtivo
olhar para todas as matérias como passaportes para a vaga, sem
carimbá-las com a marca da rejeição, que será captada pelo cérebro e só
tornará tudo mais difícil. O estudo dinâmico ajuda a superar as
distrações e, para isso, a resolução de exercícios – com consulta – logo
após a leitura da teoria faz com que o candidato compreenda melhor os
conteúdos, perceba detalhes e inicie a fixação, tudo de forma natural.
5º PASSO: Como não esquecer o que já foi estudado
Quando o candidato chega ao fim de uma matéria – lembrando que
sugerimos o estudo de todas as disciplinas do grupo, de forma paralela –
deve voltar ao início sucessivas vezes, até a aprovação. Essa repetição
levará à memorização definitiva dos conteúdos. Mas, a cada retorno o
procedimento deve ser modificado, a fim de manter o interesse e
aprofundar o conhecimento. Assim, se na primeira vez o candidato apenas
leu a teoria e fez exercícios didáticos de cada ponto, na segunda vez
poderá repetir o procedimento anterior (teoria + exercícios)
acrescentando a elaboração de fichas-resumo. Essa é a etapa mais
trabalhosa do estudo, mas é essencial, porque além de permitir a
organização das informações já conhecidas, produz material valioso para
revisões futuras.
6º PASSO: Como preparar o material para revisões
Depois que o candidato já tem alguma noção do conteúdo da disciplina, é
possível sublinhar as informações mais importantes e, a partir daí,
preparar fichas-resumo. A idéia é criar quadros, esquemas e itens que
permitam ao candidato lembrar com facilidade a teoria estudada. Exceções
e casos especiais devem ser ressaltados, bem como detalhes importantes,
que ajudem na solução das questões de prova. Todas as fichas devem ter o
título da matéria e ser numeradas. Cada ficha deve ter o subtítulo do
assunto. As informações devem ser colocadas de forma organizada,
privilegiando o aspecto visual. O uso de cores diferentes é
interessante, para ressaltar informações similares, mas é importante não
poluir demais. Por exemplo: conteúdo básico em azul, exceções em
vermelho, detalhes complementares a lápis. É prudente deixar espaço para
inclusões futuras de novas informações, como veremos no “7º Passo”.
Vale lembrar que a proposta da ficha-resumo é bem diferente dos
tradicionais resumos. Não se utilizam textos corridos, pontuações nem
palavras que não sejam essenciais ao entendimento. A função da ficha é
ajudar o candidato a lembrar informações que ele já conhece e, para
isso, bastam palavras-chave.
7º PASSO: Como saber se é preciso aprofundar mais nos estudos
Muitas vezes o candidato acha que sabe bem toda a teoria, mas sofre uma
decepção quando vai fazer a prova do seu concurso. Isso porque não
verificou o nível de profundidade exigido e não se preparou
adequadamente. A melhor forma de aferir se a abrangência e profundidade
do estudo está suficiente é conhecer provas de concursos já realizados,
para o mesmo nível de escolaridade e, se possível, para a mesma área de
concurso. De nada adianta utilizar provas muito antigas, porque é
notória a diferença entre concursos muito antigos e os atuais em relação
ao nível de complexidade das questões. Assim, o melhor é trabalhar
questões de concursos realizados há até dios anos ou, no máximo, três.
Importante também estar atento a gabaritos que possam estar
desatualizados, em razão de alterações nas disciplinas. Informática e
legislação, por exemplo, sofrem constantes modificações, e há outras
matérias que passaram por modificações pontuais, como auditoria e
contabilidade. O candidato já pode iniciar a resolução de algumas provas
anteriores na segunda etapa de estudo, mas a prioridade naquele momento
é a preparação das fichas.
8º PASSO: O que fazer para não esquecer o conteúdo que já você estudou
A partir do momento em que uma disciplina estiver totalmente fichada,
vai passar para a fase de manutenção - que continua até a aprovação -,
para que o conhecimento adquirido não seja perdido. Independentemente de
como estejam outras matérias, no período de estudo da matéria já
fichada o candidato deve, uma vez por mês, revisar todas as fichas. A
partir daí, em todos os períodos seguintes destinados àquela disciplina,
vai resolver provas anteriores e, desta vez, sem consulta. Após a
conferência do gabarito, retornará às fichas para reler o assunto de
cada questão. Caso as informações da ficha estejam incompletas, será
necessário buscar mais uma vez a teoria no material de apoio (livros e
anotações de aula) e incluir na ficha. Assim se garante que tudo o que
já foi visto sobre aquela disciplina estará anotado e organizado num
mesmo lugar. Além disso, todo o conteúdo da matéria passa por revisões
mensais completas e revisões pontuais a partir das provas. Dessa forma,
os assuntos que costumam ser mais cobrados serão, naturalmente, mais
revisados.
9º PASSO: Como incluir novas matérias no plano de estudos
Sabemos que a preparação para concursos públicos envolve um número
razoável de matérias. Iniciar o estudo pelo grupo de disciplinas básicas
permite que o candidato dedique mais tempo a poucas matérias e aumente
rapidamente o seu conhecimento em relação àquele grupo. Posteriormente,
poderá reduzir um pouco o tempo dedicado ao grupo inicial a fim de
liberar horas de estudo para, gradativamente, incluir outras
disciplinas, sem abandonar as primeiras. Esse procedimento é sucessivo,
de modo que o candidato vai passando algumas disciplinas para a fase de
manutenção e acrescentando novas, até ter condições de estudar todo o
conjunto necessário, que pode chegar a até 20 matérias, simultaneamente.
10º PASSO: Observe os pontos fracos e corrija a estratégia
Qualquer projeto de médio/longo prazo exige ajustes de estratégia
durante o percurso e não seria diferente na preparação para concurso
público. Tal providência deve ser adotada durante todo o tempo. A cada
mês o candidato deve traçar novas metas, e preparar novo quadro de
horários, com base na observação de seu desempenho no mês anterior.
Nesse aspecto, reprovações – tão comuns no caminho dos concurseiros –
não devem ser vistas como fracassos, mas também devem funcionar como uma
oportunidade para o candidato rever suas estratégias e ajustar a
preparação. Afinal, depois de conquistada a vaga, ninguém mais se
lembrará de quantas batalhas foram travadas; apenas da vitória final!
(Fonte: G1)
(Fonte: G1)