Ministério Público faz operação contra a corrupção em 12 Estados
Verbas públicas sob investigação, somadas, ultrapassam R$ 1,14 bilhão
O Grupo Nacional de
Combate às Organizações Criminosas (Gncoc) do Ministério Público, em
parceria com diversos outros órgãos, deflagrou na manhã desta
terça-feira a Operação Nacional contra a Corrupção. O objetivo é
desmantelar esquemas de corrupção que atuavam em 12 Estados do País:
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas
Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro,
Rondônia e São Paulo.
A operação mobiliza um efetivo de 158
promotores de Justiça e 1,3 mil policiais federais, rodoviários, civis,
militares, servidores de Tribunais de Contas, Controladoria-Geral da
União, Receitas Federal e Estaduais, e visa cumprir 92 mandados de
prisão, 337 mandados de busca e apreensão, 65 mandados de bloqueio de
bens, e 20 mandados de afastamento das funções públicas, expedidos pelo
Poder Judiciário.
As verbas públicas sob investigação, somadas,
ultrapassam R$ 1,14 bilhão, envolvendo desvios em órgãos municipais e
estaduais, pagamento de propinas, superfaturamento de produtos e
serviços, utilização de empresas fantasmas, lavagem de dinheiro,
sonegação fiscal, enriquecimento ilícito de agentes públicos e outros
suspeitos, inclusive empresários.
As investigações que resultaram
na operação são conduzidas pelos Ministérios Públicos dos Estados do
Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rio
Grande do Norte, Rondônia e São Paulo, em parceria com a Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícias Civis e Militares,
Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas de Rondônia, Receita
Federal, Receitas Estaduais.
Rio de Janeiro
No Rio,
pelo menos três pessoas foram presas. Ao todo, foram emitidos seis
mandados de prisão para integrantes do tráfico de drogas do morro da
Mangueira, suspeitos de atuar na região e de oferecer propina a um
policial lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) instalada na
comunidade. A investigação contou com infiltração de agentes e
monitoramento das ligações telefônicas, medidas autorizadas pela
Justiça.
Segundo o MP, foram denunciados por oferecerem propina e
por associação para o tráfico o gerente das bocas de fumo na Mangueira,
Jean Carlos Ramos Tomaz (o Beni), os irmãos Wagner Palomo Ferreira (o
Waguinho)e Marcelo Palomo Ferreira, administradores de um bar que
atuavam para facilitar o comércio de drogas na região; e Claudio de
Oliveira Dias, o Belo.
O MP também denunciou por associação para o
tráfico Alexandro Costa Borges (Sandro Negão), considerado homem de
confiança do gerente da boca; e o motoboy Jony Ramos, responsável pelo
transporte de drogas na Mangueira.
A tentativa de corrupção
ocorreu no dia 13 de agosto de 2012 quando Wagner ofereceu propina a um
policial militar que atua na UPP da Mangueira, dentro de seu bar. O
objetivo era evitar o patrulhamento do local e a repressão ao tráfico de
drogas na comunidade. A oferta foi comunicada ao comando da UPP, tendo
início a operação para identificar os demais criminosos. Os presos serão
encaminhados para a 17ª DP (São Cristóvão).
São Paulo
Em
São Paulo, o Ministério Público Estadual e Federal e a Polícia Federal
fazem uma operação conjunta para desarticular uma organização criminosa
que desvia recursos públicos federais e estaduais por meio de fraudes em
licitações. Ao todo, serão cumpridos 13 mandados de prisão e 160
mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Jales e
pela Justiça Estadual em Fernandópolis. Os contratos suspeitos foram
firmados com cerca de 80 prefeituras e superam R$ 1 bilhão.
Mato Grosso do Sul
Sete
mandados de prisão e seis mandados de busca e apreensão domiciliar
expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Fátima do Sul são
cumpridos em Mato Grosso do Sul. Seis prisões já foram cumpridas pela
equipe do Gaeco/MS e PRF em Cuiabá e Jateí e três em Anastácio e
Nioaque. Foram apreendidos documentos comprometedores em Cuiabá e em
Anastácio houve também porte ilegal de arma com um dos presos. Os
mandados acontecem nas cidades de Anastácio, Aquidauana, Nioaque,
Sidrolândia e Jateí, todas em Mato Grosso do Sul, e em Cuiabá, Capital
de Mato Grosso.
A operação policial é desfecho de investigação
iniciada em outubro de 2012 para apurar as atividades de quadrilha
responsável pela emissão fraudulenta de carteiras nacionais de
habilitação, bem como de certificados de cursos de transporte de cargas
perigosas, transporte de passageiros e coletivos.
Fonte: Jornal do Brasil